24 de março de 2023 - Notícias
BAHIA – A
Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) emitiu um alerta epidemiológico para a
necessidade de intensificação da vigilância da raiva após o Laboratório Central
de Saúde Pública (Lacen-BA) diagnosticar, este ano, nove casos em morcegos. De
acordo com a Sesab, os casos foram contabilizados entre 1° de janeiro e 16 de
março, nas cidades de Dias D'Ávila, Camaçari e Catu, que ficam na Região
Metropolitana de Salvador. O Lacen recebe amostras dos animais e o objeto de
estudo é o cérebro. No entanto, no caso do morcego - que é pequeno - é possível
receber o animal inteiro para análise. Desde 2017, a Bahia não registra casos
de raiva humana. A última morte por raiva após mordida de morcego aconteceu na
zona rural de Paramirim, a 132 km de Brumado. A vítima foi um homem, de 46
anos, que ficou doente quando ordenhava uma vaca e, acidentalmente, pisou no
morcego, que mordeu o pé dele. Antes disso, apenas um caso havia sido
registrado, em 2004. Os animais encontrados este ano são do tipo não
hematófagos, ou seja, não se alimentam de sangue, mas representam risco a seres
humanos e animais domésticos em caso de mordida. Para evitar o contágio em
humanos é preciso manter distância de animais silvestres e atualizar a
vacinação antirrábica em animais domésticos, conforme explica a coordenadora do
Programa Estadual de Imunização, Vânia Rebouças. “O que as pessoas precisam
entender é que não existe motivo algum para alarde. Não temos nenhum caso
suspeito de raiva humana. O mais importante, nesse momento, é manter a atenção
e possível distanciamento de animais silvestres e atualizar a vacinação
antirrábica de animais domésticos. Para barrar essa cadeia de transmissão,
precisamos evitar o contato com animais potencialmente contaminados”, explicou.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica recomenda ainda que os municípios
reforcem as orientações de prevenção e realizem o monitoramento das áreas
citadas. Os morcegos são animais de extrema importância para a natureza, porque
são considerados os maiores reflorestadores naturais do planeta, além de
predadores de um vasto número de pragas agrícolas e vetores de doenças. Se eles
estiverem voando livremente no período noturno, não são considerados animais
perigosos para os humanos. Nessas condições, não oferecem risco desde que não
sejam manipulados pelas pessoas.
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