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11 de dezembro de 2025 - Feminicídio

A Justiça da Bahia recebeu a denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP-BA) e tornou réu Sérgio Henrique Lima dos Santos, jovem que confessou ter matado a influenciadora trans Rhianna Alves, em Luís Eduardo Magalhães, no oeste do estado. A informação foi confirmada pela Polícia Civil.

O crime
Rhianna Alves foi assassinada na noite do último sábado (6), após ser golpeada com um “mata-leão”. O suspeito, que havia levado o corpo da vítima até a delegacia logo após o crime, foi liberado naquele momento após prestar depoimento. A prisão, no entanto, ocorreu nesta quarta-feira (10), quatro dias depois, após decisão judicial que decretou sua prisão preventiva.

Conforme informou a Polícia Civil, Sérgio Henrique foi localizado no município de Serrinha, a cerca de 900 km de Luís Eduardo Magalhães, e conduzido para exames no Departamento de Polícia Técnica (DPT). Ele permanecerá detido à disposição da Justiça.

Quem era Rhianna Alves
Moradora de Luís Eduardo Magalhães, Rhianna se apresentava como blogueira e compartilhava sua rotina com mais de 5 mil seguidores nas redes sociais. O sepultamento ocorreu na terça-feira (9), em América Dourada, cidade natal da família, a 430 km de Salvador.

O suspeito
Além de trabalhar como motorista por aplicativo, Sérgio Henrique também atua em um lava-jato no município de Barreiras, também na região oeste da Bahia.

A versão apresentada pelo réu
Em depoimento, Sérgio Henrique afirmou ter buscado Rhianna para manter relações sexuais e que, na volta, iniciou-se uma discussão. Ele relatou que a vítima teria ameaçado expor o encontro e acusá-lo de estupro. Segundo o relato, aplicou o golpe após interpretar um movimento da vítima como uma tentativa de pegar um objeto na bolsa.

Após o ato, dirigiu até a delegacia e pediu socorro aos policiais. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado, mas Rhianna já estava sem vida.

Por que ele não foi preso inicialmente?
A Polícia Civil informou que a liberação inicial ocorreu porque o suspeito se apresentou espontaneamente e alegou legítima defesa. A legislação brasileira prevê que prisões só podem ocorrer em flagrante ou por decisão judicial fundamentada. Segundo o advogado criminalista Miguel Bonfim, ouvido pela TV Bahia, o caso não se enquadrava na hipótese de flagrante, motivo pelo qual ele respondeu em liberdade até a decretação da preventiva.

Repercussão
O caso ganhou grande visibilidade nas redes sociais e foi comentado pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que enviou ofícios à Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) e ao Ministério Público da Bahia.

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia declarou que irá acompanhar o caso e cobrar agilidade na apuração. O MP-BA informou estar monitorando as investigações, requisitando informações para adoção das medidas cabíveis. A Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB-BA também segue acompanhando o caso.

“O agressor aplicou um mata-leão e matou essa mulher trans diante de uma suposta ameaça. É um caso que causa profunda indignação em toda a comissão e continuará sendo acompanhado de perto”, afirmou Ives Bittencourt, presidente da comissão.

 
  • Justiça da Bahia torna réu jovem que confessou matar mulher trans em Luís Eduardo Magalhães
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