Previsão de anomalias de (a) precipitação e (b) temperatura média do ar do modelo climático do INMET, para o mês de setembro de 2025.
26 de agosto de 2025 - Agronegócios
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), setembro de 2025 será marcado por chuvas dentro da média em grande parte do país. Porém, algumas regiões terão comportamento diferente: no Sul e no noroeste do Amazonas, os acumulados devem ficar acima do esperado, enquanto em setores da Região Norte e no litoral norte da Bahia a previsão indica precipitações abaixo da média.
No Norte, áreas como Roraima, centro-sul do Pará, parte do Acre e Rondônia devem registrar até 50 mm a menos que o histórico. Em contrapartida, o norte do Amazonas pode ultrapassar 160 mm, e o extremo nordeste do Pará deve superar os 100 mm. O restante da região deve ter volumes próximos da normalidade.
No Nordeste, a expectativa é de chuvas dentro do padrão climático, com exceção da faixa costeira do nordeste baiano, onde os índices podem ser até 50 mm menores. Já nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, os volumes devem acompanhar a média, mas com alguns contrastes: chuvas mais intensas são esperadas no sul de Minas, sudoeste de São Paulo e sudeste do Mato Grosso do Sul, enquanto o oeste sul-mato-grossense pode registrar déficit hídrico.
O Sul do país deve concentrar os maiores volumes de chuva acima da média, com destaque para áreas do Rio Grande do Sul, onde os acumulados podem ultrapassar 200 mm. Apenas pontos isolados do Paraná devem ficar próximos da normalidade.
Temperatura
A previsão indica que as temperaturas devem se manter acima da média em grande parte do Brasil. O aquecimento será mais acentuado no Pará, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e em boa parte do Nordeste, podendo chegar a 1,5 °C acima do normal. No Nordeste, os termômetros devem variar entre 22 °C e 27,5 °C, mas com mínimas de 17 °C a 20 °C em pontos do interior pernambucano e no sudeste baiano.
No Sudeste, médias acima de 15 °C são esperadas em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, com temperaturas ainda mais altas no interior mineiro. O Sul deve se manter dentro da climatologia, variando entre 12 °C e 17 °C, mas o Paraná pode registrar elevação de até 0,6 °C. Já no Centro-Oeste, as médias ficam acima de 22,5 °C em quase toda a região, exceto no sul de Mato Grosso do Sul, que deve permanecer em torno dos 20 °C.
Efeitos na agricultura
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Norte: temperaturas elevadas e chuvas irregulares podem comprometer culturas permanentes, como cacau, açaí e fruticultura tropical, além de prejudicar pastagens. Regiões do sudoeste do Pará, Roraima e Acre tendem a sofrer mais com falta de água no solo.
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Nordeste: chuvas próximas da média devem favorecer feijão e milho, mas o déficit previsto no litoral da Bahia e do Rio Grande do Norte aumenta o risco de perdas em lavouras de sequeiro e pastagens.
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Centro-Oeste: o clima deve favorecer a colheita de milho safrinha e algodão, mas altas temperaturas e baixa umidade podem atrapalhar a germinação de soja e feijão de terceira safra. Manejo do solo e irrigação serão fundamentais.
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Sudeste: o cenário deve beneficiar a colheita de café e cana, mas o calor intenso pode acelerar o metabolismo das plantas e aumentar a evapotranspiração, exigindo cuidados extras com o manejo hídrico.
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Sul: chuvas acima da média devem ajudar no desenvolvimento da cana no Paraná, mas podem atrapalhar a semeadura de trigo, cevada, aveia e canola em áreas mal drenadas. Ainda assim, lavouras já em crescimento tendem a se beneficiar.
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