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Reprodução G1 Bahia
 

 

26 de novembro de 2025 - Educação

O Colégio Adventista de Alagoinhas, município localizado a cerca de 60 km de Feira de Santana, tornou-se alvo de críticas nas redes sociais nesta quarta-feira (26), após a publicação de imagens de uma atividade escolar feita em referência ao Dia da Consciência Negra. Em uma das fotos, um aluno negro aparece amarrado a um tronco, vestindo roupas rasgadas, enquanto outro estudante, branco e usando um chapéu de fazendeiro, segura um chicote.

As imagens foram divulgadas nas próprias redes sociais da instituição e rapidamente repercutiram. Em outro registro publicado pelo colégio, uma aluna branca interpreta a princesa Isabel assinando a Lei Áurea, reforçando a temática histórica apresentada na atividade pedagógica.

A situação ganhou maior visibilidade após a professora e escritora Bárbara Carine, vencedora do Prêmio Jabuti 2024 com o livro “Como ser um educador antirracista”, publicar um vídeo criticando duramente a representação. Segundo ela, os profissionais responsáveis decidiram reproduzir a violência sofrida pelo povo negro, em vez de promover uma abordagem educativa e antirracista.

“Decidiram reproduzir o protagonismo branco na escola, não faz sentido”, afirmou. A professora também mencionou a ausência de referências a figuras históricas negras importantes, como Luiz Gama, Maria Felipa e Luiza Mahim. “Tenham referência, estudem um pouquinho. Todo ano é a mesma coisa no mês da consciência negra”, completou.

Repercussão e posicionamento do colégio

Diante das críticas, o Colégio Adventista de Alagoinhas divulgou uma nota oficial afirmando que houve “interpretações equivocadas” da atividade e que os vídeos compartilhados nas redes sociais seriam “trechos isolados”, sem o contexto completo do trabalho pedagógico realizado.

A escola declarou repudiar qualquer forma de racismo e reiterou seu compromisso com a dignidade humana, a igualdade, a justiça e o respeito às diferenças, princípios que, segundo a instituição, orientam a filosofia da Educação Adventista.

“Em relação às interpretações sobre fatos históricos apresentados por alunos durante atividade pedagógica realizada no Dia da Consciência Negra, a instituição lamenta profundamente qualquer entendimento que tenha sido diferente dos valores que defende”, diz a nota.

O colégio afirmou ainda que promove, por meio de sua proposta pedagógica, a valorização do povo negro, o fortalecimento da consciência histórica e a rejeição a qualquer forma de discriminação. Segundo a instituição, seu objetivo é desenvolver nos estudantes uma visão crítica e sensível sobre questões sociais.

A direção também se colocou à disposição para prestar esclarecimentos a pais e membros da comunidade escolar.

 
  • Polêmica: Aluno negro é amarrado em tronco durante atividade do Dia da Consciência Negra
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